Falta de representatividade no STF suscita campanhas pela nomeação de mulher negra para a Corte
Nesta terça-feira, 21 de outubro de 2025, o programa Conexões abordou a falta de representatividade no STF, às vésperas da nomeação da nova pessoa que irá compor a Corte. Nesta edição, a jornalista Luíza Glória conversou com coordenadora política do movimento Mulheres Negras Decidem, Tainah Pereira, bacharel em Relações Internacionais e mestra em Ciência Política.
Com a antecipação da aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, abriu-se mais uma vaga no Supremo, o que reacendeu a disputa política pela próxima indicação do presidente Lula. Nesse cenário, cresce a mobilização de organizações da sociedade civil, movimentos de mulheres, juristas, ativistas dos direitos humanos e artistas que defendem a nomeação de uma mulher, especialmente uma mulher negra. Entidades do Sistema de Justiça divulgaram uma carta pública pedindo que o presidente indique uma mulher para o Supremo. A carta é assinada por magistradas, promotoras, defensoras e advogadas de diferentes órgãos e instituições. A indicação será a terceira feita por Lula neste mandato e, segundo os movimentos, representa uma oportunidade histórica de ampliar a diversidade dentro da Corte mais importante do país.
Desde sua criação, o Supremo já teve 172 ministros. Mas apenas três mulheres ocuparam cadeiras até hoje. Nenhuma delas era negra. No momento, Cármen Lúcia é a única mulher entre os 11 integrantes da Corte. A falta de representatividade feminina e negra tem sido constantemente referenciada como um reflexo de estruturas racistas e patriarcais que ainda persistem nos espaços de poder, inclusive no Judiciário.