Centro Cultural UFMG: obras investigam a cor a partir do corpo e da experiência sensível
Por: Assessoria de Imprensa UFMG
Nesta sexta-feira, 9 de maio, às 19h, será realizada no Centro Cultural UFMG a abertura da exposição individual Corina, da artista e pesquisadora Luisa Godoy, com curadoria da professora Rachel Cecília de Oliveira. A mostra reúne obras que desafiam os limites tradicionais da pintura e propõem uma escuta visual da cor através do corpo, da luz e da sombra. As obras poderão ser vistas até 8 de junho. A entrada é gratuita e tem classificação livre.
A exposição nasce de uma relação estreita entre artista e curadora, construída dentro e fora do espaço acadêmico. Rachel Cecília, professora e pesquisadora da Escola de Belas Artes da UFMG, acompanha de perto o percurso de Luisa, com quem compartilha discussões, sensibilidade e processos poéticos que deslocam fronteiras disciplinares. Essa afinidade intelectual e afetiva dá à curadoria um tom de cumplicidade e escuta, acolhendo a singularidade de uma pesquisa que nasce no corpo e se expande na matéria da cor.
O corpo é o fio condutor de toda a produção apresentada. Não apenas como tema, mas como ferramenta de construção da imagem. Nas palavras da artista, sua escala de trabalho é aquela “que o corpo dá conta”. É o corpo que observa, que se afeta e que traduz a experiência visual em traço, em gesto, em captação. As obras não são resultado de uma técnica fixa, mas de um processo contínuo de atenção às variações sutis da luz, às refrações que surgem no tempo da presença.
A mostra reúne três séries de trabalhos desenvolvidos ao longo dos últimos anos: Cores na penumbra, Aparição da cor em corpos e Desaparição da cor de corpos. Em Cores na penumbra, Luisa desenha sombras coloridas a partir de projeções luminosas. O exercício se transforma em uma espécie de alquimia sensível: quanto mais tempo se observa, mais camadas cromáticas se revelam. Já nas séries Aparição da cor em corpos e Desaparição da cor de corpos a artista investiga o modo como a cor se mistura, desaparece ou altera superfícies corporais, num processo em que matéria e imagem se contaminam.
O nome da exposição — Corina — carrega também uma história pessoal. Era o nome que a artista teria recebido ao nascer, se seu pai não a tivesse registrado como Luisa, cujo significado seria “aparição da cor”. A coincidência funciona como uma síntese poética de tudo o que a exposição propõe: a cor como surgimento, como presença que se insinua e se transforma no encontro entre corpo, tempo e imagem.
Sobre a artista
Luisa Godoy é artista e pesquisadora. Doutoranda pelo PPGArtes-EBA/UFMG, com bolsa CAPES, é graduada em Artes Plásticas pela Escola Guignard/UEMG (com habilitações em pintura, desenho, cerâmica e gravura em metal) e especialista em Arte Contemporânea pela mesma instituição. Participou do Curso de Aperfeiçoamento em Performance com Alison Crocetta (CEIA/MIP4, 2021), da residência artística EmTranse (Teatro do Amanhã, 2022) e da imersão M.A.R. com Dandara Manoela (Espaço Cultural Armazém-Coletivo Elza/Sesc, 2022). Atualmente, é artista residente no Centro Cultural UFMG (2024-2025).
Sobre a curadora
Rachel Cecília de Oliveira é professora da Escola de Belas Artes e do Programa de Pós-graduação em Artes da UFMG. Atuou na diretoria da Associação Brasileira de Estética (ABRE) por dois mandatos, foi professora visitante na Université Paris I – Panthéon-Sorbonne e é atualmente editora-chefe da Revista Pós do PPGArtes UFMG. Líder do grupo de pesquisa Experiências Descoloniais, sua atuação transita entre filosofia, teoria, história e crítica das artes, com atenção à das práticas contemporâneas.
Sobre a assistente de curadoria
Maria Mendes é artista-curadora. Graduada em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Participou em 2024 da Residência Curatorial da ZAIT e da residência artística OCUPA ESPAI. Atualmente cursa MBA em Gestão de Museus e Inovação pela Associação Brasileira de Gestão Cultural. Integrou as exposições coletivas Sobre Isto, Sobretudo Sobre Tudo Isso, no Museu Mineiro (2024), Cientistas e Alquimistas, no Palácio das Artes (2024). Em 2023 realizou sua primeira individual, ÁGUA-DESENHO: Paisagens de Mundo no Centro Cultural UFMG.
Serviço:
Exposição Corina
Abertura: 9 de maio | 19h
Visitação: até o dia 08/06/2025 – Terças a sextas: das 9h às 20h | Sábados, domingos e feriados: das 9h às 17h
Sala Celso Renato de Lima do Centro Cultural UFMG (Av. Santos Dumont, 174 – Centro – Belo Horizonte / MG)
Classificação indicativa: livre
Entrada gratuita
Fonte
Assessoria do Centro Cultural UFMG
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Imagem de Divulgação