UFMG sediará olimpíada de química com estudantes do ensino médio de 20 países
Realizada pela primeira vez fora da Eurásia, competição, criada na Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, ocorrerá de 5 a 12 de maio
Por: Assessoria de Imprensa UFMG
A Olimpíada Internacional de Química Mendeleev (IMChO), considerada uma das competições mais antigas e difíceis da área, vai ocorrer pela primeira vez fora da Eurásia – grupo que reúne os países da Europa e da Ásia. De 5 a 12 de maio, o Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (Icex) da UFMG vai receber cerca de 200 estudantes do ensino médio, vindos de mais de 20 países, para a realização das provas práticas e teóricas que integram a competição.
A Olimpíada foi criada na Faculdade de Química da Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, com o intuito de incentivar o desenvolvimento de talentos científicos na área da química. O professor João Paulo Ataide Martins, do Departamento de Química da UFMG, costuma acompanhar as delegações brasileiras de estudantes em viagens para as competições internacionais da área. Segundo ele, esse tipo de disputa é essencial para gerar o interesse dos estudantes pela área.
“Trata-se de uma competição de alto nível que possibilita que os estudantes mais talentosos do país tenham a oportunidade de entrar em contato com os conteúdos mais avançados da química, o que ajuda bastante na formação deles. Além disso, a olimpíada é uma experiência muito enriquecedora, pois possibilita que eles conheçam gente de todo mundo e entrem em contato com outras culturas”, diz.
A professora Arilza de Oliveira Porto, chefe do Departamento de Química da UFMG, acrescenta que a interação com estudantes e professores de outros países é benéfica porque possibilita que os estudantes brasileiros “conheçam a infraestrutura das universidades de outros países. Isso os incentiva a se manterem na área e a buscarem oportunidades de estudo também fora do Brasil.”
Porto acrescenta que o torneio pode, ainda, ser usado para a seleção de estudantes para o ensino superior, uma vez que muitas universidades já disponibilizam cotas para alunos premiados nas competições. “Em vários países, os medalhistas olímpicos têm vagas garantidas nas universidades. Temos o interesse de estender isso aqui na UFMG, é uma demanda que pretendemos debater com a Universidade.”
A reitora Sandra Regina Goulart Almeida destaca que o Brasil sedia a Olimpíada Internacional de Química Mendeleev no momento em que o país preside o BRICS. “O Brasil está implementando diversas iniciativas para melhorar o ensino escolar e universitário, além de criar programas de capacitação contínua para professores. Para alcançar os objetivos de desenvolvimento nacional, precisamos de químicos. Por isso, buscamos inspirar jovens a escolherem essa ciência como profissão. Por meio da Olimpíada Mendeleev, esperamos motivar descobertas na área e ajudar os participantes a construírem laços com talentos de todo o mundo”, disse ela.
Para os idealizadores russos da Olimpíada, o evento também contribui para a popularização da educação química e para a disseminação das melhores práticas de educação, estabelecendo a base para a formação de futuros cientistas, industriais e pensadores. O evento é, então, uma oportunidade de aumentar o prestígio da profissão de químico, criando condições para a formação de novas gerações de cientistas e engenheiros químicos.
Segundo o diretor do Departamento de Química da Universidade Estadual de Moscou e vice-presidente da Academia Russa de Ciências, Stepan Kalmykov, em quase 60 anos o torneio tem sido uma plataforma para troca de experiências e conhecimento entre jovens apaixonados pela química. “É a geração mais jovem que enfrenta a tarefa de alcançar tanto os objetivos nacionais de seus países quanto aqueles comuns a toda a humanidade. A competição promove a troca de experiências entre estudantes talentosos de todo o mundo, aproximando países e povos em prol da prosperidade universal”, disse.
Em três rodadas
Os estudantes participarão de três rodadas de testes, duas teóricas e uma prática. As tarefas da primeira rodada teórica correspondem, em termos de complexidade, ao programa de aulas especializadas de química. Na segunda rodada teórica, são oferecidas atividades de nível mais elevado que podem abranger diversas áreas da química, como a orgânica, a inorgânica, a física, a analítica ou a ciências da vida.
A terceira rodada de testes é prática, e os alunos utilizarão os laboratórios de ensino do Departamento de Química da UFMG. A rodada experimental da Olimpíada tem duração de cinco horas e exige que os participantes demonstrem habilidades de trabalhar em um laboratório químico, realizando análises químicas de substâncias de acordo com as metodologias propostas.
Ao longo de toda a competição, os mentores dos participantes também se reúnem com professores, realizam mesas-redondas, seminários e masterclasses, o que fomenta cooperações entre as instituições participantes. Os vencedores da Olimpíada Internacional de Mendeleev recebem medalhas de bronze, prata e ouro. Alguns países participantes também podem oferecer, aos seus vencedores, bolsas de estudos ou prêmios em dinheiro.
Olimpíada Internacional de Química Mendeleev
O torneio recebeu esse nome em homenagem ao químico russo Dmitry Ivanovich Mendeleev, que descobriu a lei periódica, com base na qual foi criada a Tabela Periódica dos Elementos Químicos.
A UFMG sediará a 59ª edição da competição. O Brasil enviou delegações para outras duas edições: no ano passado, na China, e em 2023, no Cazaquistão. Belo Horizonte reunirá representantes da Índia, da China, da África do Sul, do Egito, dos Emirados Árabes Unidos, da Armênia, do Azerbaijão, da Bielorrússia, do Tajiquistão, do Turcomenistão, da Áustria, da Bulgária, da Croácia, da Hungria, do Vietnã, de Israel, do Quênia, de Cuba, da Mongólia, da Arábia Saudita, da Macedônia do Norte, da Sérvia, da Síria, do Sri Lanka, da Turquia e do Vietnã.
A edição deste ano é organizada pela UFMG, pela Faculdade de Química da Universidade Estadual de Moscou e pela Fundação Melnichenko, que reconhece os vencedores da competição individual com o Prêmio Acadêmico Valery Lunin, o fundador da Olimpíada Mendeleev e grande responsável por sua projeção internacional.
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