Professora da UFMG participa de lançamento do Relatório Mundial de Alzheimer 2025 nesta quinta
Evento internacional on-line apresenta estudos de casos de reabilitação
Por: Marcus Vinicius dos Santos – jornalista CTMM Medicina UFMG
Nesta quinta-feira, 18 de setembro, às 9h (horário Brasília) a Alzheimer’s Disease International (ADI) promove o lançamento do World Alzheimer’s Report 2025 (em tradução livre, Relatório Mundial de Alzheimer), uma publicação anual que reúne análises globais sobre a doença. O evento on-line será realizado em formato de webinar, com previsão de 1h15 de duração. Haverá tradução simultânea, gerada automaticamente por inteligência artificial, em 67 idiomas. A inscrição é gratuita.
Conduzido por Paola Barbarino, diretora-executiva da ADI, participam especialistas de vários países. Yun-Hee Jeon, da Universidade de Sydney; Jackie Pool, terapeuta ocupacional, e outros. Ao lado deles, representantes de Austrália, Reino Unido e Brasil vão compartilhar estudos de caso e práticas locais.
Da UFMG, o estudo de caso brasileiro foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável (INCT NeuroTec-R) e mostrará a reabilitação de um paciente com demência. A apresentação ficará a cargo da professora Maria Aparecida Camargos Bicalho, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina e subcoordenadora do serviço de Geriatria e Gerontologia do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG. Pós-doutora em Genética do Alzheimer pela Universidade de Colônia (Alemanha), também é integrante da Academia Mineira de Medicina.
O professor Bernardo Viana, subchefe do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFMG, é coautor do estudo.
Importância do relatório
Desde 2009, o Relatório Mundial de Alzheimer se consolidou como fonte de referência para análise global de demências. Cada edição escolhe um tema específico e apresenta recomendações práticas para governos, sistemas de saúde e sociedade civil. A edição de 2025 destaca a reabilitação em demência. Essa área ainda pouco explorada se mostra essencial para manter a autonomia, aliviar impacto sobre cuidadores e retardar perdas funcionais.
A Lei nº 14.878/2024 instituiu a Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências. Ela estipula ações intersetoriais que incluem saúde, assistência social, previdência, educação, direitos humanos, inovação e tecnologia. Seu objetivo, portanto, é fornecer evidências que reforcem a inclusão da reabilitação nesse tipo de política pública. Dessa forma, também promove práticas inovadoras adaptadas às realidades locais.
Conheça os relatórios mundiais de Alzheimer (em inglês).
Alzheimer
A doença aparece como forma de demência caracterizada por perda progressiva de funções cognitivas: memória, orientação, atenção e linguagem. Tais perdas ocorrem devido à morte de neurônios. O diagnóstico precoce pode permitir retardar seu avanço e melhorar o controle dos sintomas, oferecendo mais qualidade de vida ao portador e à sua família.
Estudos recentes indicam que as alterações cerebrais típicas do Alzheimer podem estar instaladas muito antes do aparecimento dos sintomas clínicos da demência. Logo, ao surgirem manifestações perceptíveis clinicamente, já se considera que entrou em curso uma fase demencial da doença.
As perdas neuronais não ocorrem de forma uniforme. As regiões cerebrais mais afetadas inicialmente são aquelas ligadas à memória e às funções executivas — como planejamento e tomada de decisão. Com o tempo, regiões adicionais do cérebro se comprometem, agravando os déficits cognitivos e alterando as habilidades funcionais.
Sintomas
O sintoma mais típico do Alzheimer é a perda de memória recente. Mas há também dificuldades para encontrar caminhos familiares, para lembrar nomes ou palavras, para expressar ideias, além de irritabilidade e alterações comportamentais.
Ainda não há cura para o Alzheimer. Os tratamentos atuam aliviando manifestações cognitivas e comportamentais, estabilizando o quadro dentro do possível, sempre com orientações médicas. A prevenção específica ainda é incerta. O recomendado é manter a mente ativa, ter vida social estimulante e alimentação saudável. Além disso, praticar exercício físico regular, evitar tabaco e álcool ajudam a diminuir riscos — tanto do Alzheimer quanto de outras doenças crônicas.
O nome homenageia o psiquiatra alemão Alois Alzheimer. Em 1906, ele descreveu, pela primeira vez, o caso de Auguste Deter, uma paciente que, aos 51 anos, desenvolveu perdas de memória, desorientação e alteração na linguagem, evoluindo para incapacidade de autocuidado. Alzheimer examinou o cérebro de Deter após sua morte e identificou as alterações hoje reconhecidas como características centrais da doença.
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Fonte
Assessoria do Núcleo de Divulgação Científica do Centro de Tecnologia em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG
marcus@medicina.ufmg.br