O Seminário Inteligência Artificial, Ética e Universidade será realizado nesta quinta-feira, 11 de setembro, durante todo o dia, no auditório da Reitoria da UFMG, no campus Pampulha. Um dos destaques da programação será a apresentação, às 10h30, do relatório referente à consulta realizada junto à comunidade acadêmica no primeiro semestre, entre maio e junho, em que se buscou entender como a comunidade universitária utiliza a IA em suas práticas cotidianas.

Os resultados vão subsidiar a construção da Política de Inteligência Artificial da UFMG, principal meta da Comissão Permanente de Inteligência Artificial da UFMG, oficializada no ano passado, que teve suas discussões iniciadas em 2023. As conclusões serão apresentadas pela professora Patrícia Nascimento, da Escola de Ciência da Informação, que coordenou a produção do documento.

De acordo com o relatório, a escrita acadêmica, correção e revisão de textos, pesquisa e obtenção de dados, produção de sínteses e tradução são as atividades em que os discentes utilizam a IA com maior frequência. Quanto aos docentes, uma das atividades mais frequentes é a obtenção de dados, com pesquisas específicas às ferramentas de IA. Entre os servidores técnicos-administrativos e terceirizados, também é frequente a obtenção de dados, correção de textos e tradução.

Mais de 2 mil pessoas participaram da pesquisa, entre estudantes, professores e servidores técnico-administrativos. A grande área das Humanidades foi a que teve maior interesse e participação. Os resultados obtidos no levantamento serão detalhados no seminário, com a apresentação dos pontos positivos e negativos apresentados pela comunidade, no que diz respeito à atual mobilização da IA em suas atividades diárias.

“Não se trata de elaborar um documento que crie regras do que pode e do que não pode ser feito quando falamos de IA. É mais do que isso; é pensar como lidamos com esse cenário e com o tratamento coletivo dos dilemas que professores, estudantes e demais membros da comunidade universitária enfrentam ao fazer uso de IA”, comenta o professor Ricardo Fabrino, presidente da comissão.

Programação

Primeiro de uma série de encontros previstos ao longo deste semestre, o seminário abordará os modos de se integrar a tecnologia da IA às práticas acadêmicas e administrativas da Universidade de forma responsável. O ciclo de seminários tem a missão de estabelecer parâmetros e orientar o uso da inteligência artificial no ensino superior, incentivando pesquisas, ações de capacitação e parcerias estratégicas.

A abertura do seminário, às 9h, será feita pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida, e pelo presidente da Comissão Permanente de Inteligência Artificial da Universidade, Ricardo Fabrino, professor do Departamento de Ciência Política da UFMG. Em seguida, às 9h20, o diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital (DECTI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Hugo Valadares, fará a conferência de abertura.

Doutor em engenharia elétrica e professor da graduação e da pós-graduação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Valadares tem larga experiência em temas como previsão de séries temporais, mineração de dados e inteligência artificial aplicada a diferentes setores, incluindo energia renovável, pesquisa operacional e saúde. A mediação de sua conferência será feita pela reitora da UFMG.

Após a conferência de abertura, serão realizadas palestras sobre IA apresentadas por especialistas da UFMG atuantes em diferentes áreas. As apresentações vão abordar, por exemplo, o uso da tecnologia na produção de conhecimento e, especificamente, nas pesquisas das áreas da saúde e das humanidades, assim como dos aspectos éticos e sociais relacionados ao tema, como as questões dos direitos autorais e dos gastos energéticos necessários para a produção dos resultados.

No evento, também serão discutidos aspectos organizacionais e administrativos da UFMG em face da inteligência artificial, como experiências iniciais de seu uso em sistemas de gestão universitária. Além disso, Fabrino falará sobre o trabalho realizado pela Comissão Permanente de Inteligência Artificial até o momento, incluindo o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) focado no tema.

“A comissão realizou um primeiro levantamento de atividades de outras instituições e fez um primeiro documento de recomendações em 2024. Desde então, configurou-se como comissão permanente com o papel de alimentar uma discussão contínua sobre os impactos da IA na Universidade. O grupo também estruturou um PDI sobre o tema e está organizando essa série de eventos em um livro, além de dialogar com as unidades acerca das diferentes consequências do emprego de IA no ensino, na pesquisa, na extensão e na administração universitária”, explica Fabrino.

Confira a programação completa e outras informações na matéria sobre o seminário publicada no Portal UFMG.