Estudo da UFMG indica impactos socioeconômicos positivos da Tarifa Zero em Belo Horizonte
Grupo do Cedeplar demonstra que o transporte gratuito geraria retorno médio de R$ 3,89 para cada R$ 1 de investimento da Prefeitura; projeto será votado nesta sexta, na Câmara
Estudo publicado hoje (quinta, 2 de outubro) por grupo de pesquisadores da UFMG demonstra que a adoção da Tarifa Zero no transporte público em Belo Horizonte geraria retorno médio de R$ 3,89 para cada R$ 1 investido na gratuidade de ônibus e outros modais. O grupo analisou os impactos socioeconômicos potenciais da medida com base em dados do IBGE e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Projeto que propõe a Tarifa Zero será votado nesta sexta-feira, 3, na Câmara Municipal.
Os dados apontam que os gastos com transporte público na cidade correspondem a parcela significativa da renda familiar – chega a cerca de 19% no caso das famílias de baixa renda. O peso dessa despesa compromete a capacidade das famílias de consumir outros bens e serviços, além de restringir sua mobilidade para acessar direitos básicos, como saúde, educação e trabalho.
A capital mineira destaca-se entre as cidades brasileiras com maior número de usuários de transporte público e apresenta elevada dependência do modal ônibus, que concentra 88% dos gastos das famílias com mobilidade.
Multiplicação de ganhos
“As simulações de benefício econômico decorrente da gratuidade na tarifa indicam que o valor destinado à manutenção das linhas de ônibus no município tem potencial de multiplicar ganhos econômicos para a cidade. Dessa forma, o projeto não apenas reduz desigualdades socioeconômicas, mas também amplia o acesso a direitos sociais, promovendo inclusão e melhoria da qualidade de vida da população de Belo Horizonte”, afirma-se na Nota Técnica.
O estudo é assinado por Ana Paula Nunes Silva, doutoranda em Economia no Cedeplar, André Henrique de Brito Veloso, doutor em Economia pelo Cedeplar, André Vítor de Oliveira Batista, bacharel em Economia pela Faculdade de Ciências Econômicas (Face), Ana Maria Hermeto de Oliveira, professora da Face, Felipe Nunes Magalhães, professor do Instituto de Geociências (IGC), e João Bosco Tonucci Filho, professor da Face.
O Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) é vinculado à Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG.
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