Pesquisa sobre efeitos da quimioterapia no cérebro recruta voluntários
Iniciativa do INCT NeuroTec-R e do Hermes Pardini visa identificar marcadores de resposta a tratamentos e desenvolver ferramentas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes
Por Núcleo de Comunicação Pública da Ciência do CTMM
Com Assessoria de Imprensa do Hermes Pardini
Nova pesquisa sobre os efeitos da quimioterapia no cérebro está sendo iniciada na UFMG e recruta voluntários. Eles serão acompanhados antes, durante e após o tratamento. O objetivo principal é avaliar periodicamente o quadro clínico dessas pessoas para descobrir por que e como ocorrem sequelas, que não são ainda totalmente conhecidas.
A iniciativa é do INCT NeuroTec-R, rede de pesquisa sobre o cérebro e o desenvolvimento responsável, sediada no Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM) da Faculdade de Medicina da UFMG, e do Hermes Pardini, rede de diagnóstico que é referência no Brasil.
A expectativa é que, com base na observação, se possa identificar substâncias ou características biológicas que sejam potenciais marcadores para saúde, doença ou resposta a tratamentos.
“Identificar o mecanismo do processo vai permitir desenvolver novas ferramentas para tornar a qualidade de vida dos pacientes ainda melhor e humanizar o tratamento”, esclarece o professor da Faculdade de Medicina Marco Aurélio Romano-Silva, coordenador do Centro de Tecnologia em Medicina Molecular, da UFMG, do INCT e da pesquisa.
Romano-Silva, que é psiquiatra e neurocientista, enfatiza o convite a pacientes que ainda vão iniciar a quimioterapia e aos profissionais de saúde da Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Gostaríamos de contar com o apoio dos colegas da saúde, médicos e não médicos, na divulgação e também no esclarecimento de seus pacientes sobre a importância desse estudo”, declara.
Alterações cognitivas
A quimioterapia é tratamento primordial para pessoas com vários tipos de câncer. Esses pacientes podem enfrentar problemas de memória, atenção e concentração durante ou após o tratamento.
Estima-se que essas alterações cognitivas, conhecida como chemobrain, atinjam até 75% dos pacientes. A duração dessas manifestações é variável e pode ser longa, e suas causas e sequelas ainda não são totalmente conhecidas.
O protocolo da pesquisa – o documento com orientações de como conduzir o estudo – inclui testes e exames, inclusive de imagem, como o PET-CT, de corpo inteiro. Esse exame de imagem combina a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) com a Tomografia Computadorizada (CT). Um laudo será emitido pela equipe do Centro de Tecnologia em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG e estará à disposição do médico que assiste o paciente voluntário. Também serão feitos exames de Ressonância Magnética (com aparelho 3.0 Tesla) pela equipe do Hermes Pardini.
Marco Aurélio Romano-Silva ressalta que serão usados equipamentos avançados e seguros para avaliação meticulosa de possíveis alterações estruturais e funcionais no cérebro, incluindo os mecanismos de ativação e dos sinais de inflamação neurológica. A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) prestará apoio à divulgação da iniciativa entre os especialistas. Novos apoiadores estão sendo convidados, como os principais hospitais oncológicos da cidade e da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Quem pode participar e quem não pode
Podem participar da pesquisa adultos com idade entre 18 e 59 anos, que estejam para começar seu primeiro tratamento com quimioterapia e tenham disponibilidade para avaliações presenciais em Belo Horizonte.
Não podem participar pessoas que já fizeram quimioterapia; que estejam em tratamento ou tenham recebido proposta de radioterapia; que tenham diagnóstico de câncer cerebral ou metástases no cérebro; que tenham diagnóstico de doenças neurológicas ou distúrbios cognitivos.
Outras informações podem ser solicitadas pelo endereço imagemolecular@gmail.com e pelo número de WhatsApp (31) 99723-4160.
Os realizadores
O INCT NeuroTec-R (neurotecr.ctmm.digital) é uma rede de pesquisa sobre o cérebro e o desenvolvimento responsável, sediada no Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM) da Faculdade de Medicina da UFMG. O instituto reúne cientistas de diversas regiões do Brasil e do exterior, é financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e atua pautado pelo conceito de “pesquisa e inovação responsáveis”.
Fundado em 1959, em Belo Horizonte, o Hermes Pardini é referência em medicina diagnóstica no Brasil. Integrante do Grupo Fleury, tem 67 unidades próprias e mais de 6 mil laboratórios parceiros. Oferece a milhares de pacientes, em Minas Gerais e em São Paulo, ampla gama de exames laboratoriais e de imagem, além de ações de medicina preventiva e de promoção da saúde, por meio de vacinas e de programas de orientação e conscientização da população.
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