Conheça o Horizontes do Samba, projeto que levou ao reconhecimento do gênero como patrimônio de BH
Por Vyctória Alves, sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória
Nesta terça-feira, 9 de setembro de 2025, o programa Conexões realizou uma mesa redonda sobre o reconhecimento do samba de Belo Horizonte como patrimônio cultural da cidade. A apresentadora Luiza Glória recebeu nos nossos estúdios a mineira, belo-horizontina, cantora, mestra da cultura do Samba de BH, mestra em Educação pela UFMG, autora e coordenadora do programa pedagógico/cultural Cantando e Contando a História do Samba, Elzelina Dóris dos Santos, mais conhecida como Dóris, e o o coordenador geral e de pesquisa do projeto Horizontes do Samba, historiador da Fundação Municipal de Cultura e colaborador da UFMG Educativa como produtor do programa Decantando a República, Bruno Viveiros.

O samba é patrimônio cultural imaterial de Belo Horizonte. Esse reconhecimento, feito no final de 2024, foi possibilitado pelo projeto Horizontes do Samba, que atuou na elaboração de um inventário participativo e do dossiê que embasaram a decisão do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte. O dossiê contextualiza e justifica, o pedido de registro por meio da reconstrução das trajetórias históricas da linguagem musical em conexão com a ancestralidade afro-brasileira, além de propor um plano de ações de salvaguarda relativas aos bens culturais analisados no processo. O inventário, por sua vez, organiza as informações sobre diferentes movimentos do samba na cidade, como escolas de samba, blocos de rua e blocos caricatos, espaços e rodas de samba.
No resgate das origens desses movimentos, buscam-se conexões com outras manifestações da cultura negra, reunindo registros fotográficos e relatos orais de mestres detentores do saber da cultura ancestral de Belo Horizonte. A história do samba de Minas Gerais teve uma grande contribuição na perpetuação do gênero musical por suas tradições africanas serem uma das mais fortes do país, com culturas similares, como o congado e as folias de reis. Em Belo Horizonte, temos como marco a iniciativa de dois nomes da região da Pedreira Prado Lopes: Dionísio José de Oliveira, o Xuxu, e Mário Januário da Silva, o Popó. Eles fundaram em 1936 a primeira escola de samba da capital mineira de que se tem registro, a Pedreira Unida.